sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

ENSAIO FRENTE AO LONGE

ENSAIO FRENTE AO LONGE

Para Cristiane Mota

Sinto-me comprimido entre o passado que você teima colocar no presente como compulsão que precisa ser retocada.
Ao menor aceno de um dejávù e seus sentidos se tensionam em confusão e não adianta discussão ou tratativas engendradas no silêncio para demover intentos.
No entanto vejo um futuro empobrecer-se sem a justa defesa.
De que valeu toda busca e andança para o refinamento do espírito, da emoção e da sensibilidade, ou o desprendimento das coisas, o escárnio à banalidade, em favor da sapiência e da agilidade para a interlocução.
Tudo senão para estabelecer a sintonia necessária.
Sinto um vazio inexplicado, buraco que se agiganta, que só diminui quanto me dizes um reles amore.
Alegria me inspira mas não é sopro de vida longa.
Sem muita fala, lacônico, visto a roupa de um clown estrangeiro.
Ao mesmo tempo em que penso a felicidade tão possível e sem necessidade de espelho.
É do longe que me vem o re-ânimo.

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